Powered By Blogger

segunda-feira, 16 de julho de 2012

quarta-feira, 2 de maio de 2012



Varal 
Por Marcelo Soares




"E o varal lá fora está úmido... e o silêncio aqui dentro está quieto!
E o tempo calado fala vagarosamente sem dizer muito, mostrando tudo...
Num tanto de coisas tudo parece estar tomando seus lugares num outro lugar!
E no coração todo silêncio quer dizer muito... e o pouco que se pensa se pesa. 
Pesar a falta das coisas leves...
E no amar só se faz leve, como é leve a fortaleza do amar... 
Um canto sozinho, que te sente longe... linda e leve.
Largamente amável
E lá fora a umidade parece quase triste,
mas é só o varal sozinho, 
que sozinho sente falta de pendurar as roupas que vestem o amor!!!"
Por Marcelo Soares
Momentos VI
(desabafo)

Vai e grita pelas achadas imensas
que  a vida se conquista
contra a violência e a morte

Diz
do amor que brota das areias
do amor solitário
do abraço fecundo que nasce
dos confins de nossos seres

Diz tudo
mas não digas que te amei
_ e amo_
pois chega-me a morte pela recusa.
Não quero morrer duas vezes!

Autor: Vera Duarte in: Poesia Africana de Língua Portuguesa, Antologia, 2012

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Eu


Eu

Nas calçadas pisadas
de minha alma
passadas de loucos estalam
calcâneos de frases
ásperas
Onde
forcas
esganam cidades
e em nós de nuvens coagulam
pescoços de torres
oblíquas
(...)
Por Maiakóvski e tradução de Haroldo de Campos em 1913

terça-feira, 3 de abril de 2012

Os ventos


"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar.. Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre." (Bob Marley)

sábado, 24 de março de 2012

Procura da poesia


    Procura da poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sonho por Fernando Pessoa


"De sonhar ninguém se cansa,
porque sonhar
é esquecer,
e esquecer não pesa
e é um Sono sem sonhos em que estamos despertos!..."

Fernando Pessoa

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Você

Eu em meus pensamentos: Você faz falta, sentir a falta de alguém que nunca fez companhia, a sua companhia só existia em meus pensamentos.

Como uma personagem de ficção, a perfeição conjugava com o que era inventado com você: palavras, amor e companhia.

NAS PALAVRAS DO AUTOR CAIO F. ABREU:



Existe sempre alguma coisa ausente.

Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. Fazer. Se mexer.

Vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.

eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você.

Um café e um amor. Quentes, por favor.

Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. (...) É aceitar doer inteiro até florir de novo.

Não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e

Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém preenche. E penso e repenso e trepenso em você aí… Tá tudo bem assim.

Caio F. Abreu




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eu aprendi

Eu aprendi...
...que ignorar os fatos não os altera;


Eu aprendi...
...que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas esta permitindo que essa pessoa continue a magoar você;

Eu aprendi...
...que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas;

Eu aprendi...
...que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa;

Eu aprendi...
...que a vida é dura, mas eu sou mais ainda;

Eu aprendi...
...que as oportunidades nunca são perdidas; alguém vai aproveitar as que você perdeu.

Eu aprendi...
...que quando o ancoradouro se torna amargo a felicidade vai aportar em outro lugar;

Eu aprendi...
...que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito;

Eu aprendi...
...que todos querem viver no topo da montanha, mas toda felicidade e crescimento ocorre quando você esta escalando-a;

Eu aprendi...
...que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.
(Boa noite , Amor )

William Shakespeare


meus comentários:A vida é uma aprendizagem, fico feliz em poder aprender, aprender todos os dias, aprender com as pessoas, observar e aprender.

Amor não teme o tempo

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou".

E, Por Sermos... Amores...Amados...Amantes...Amigos...
Tudo Dito, É Verdadeiro E Por Sê-Lo, Devemos Seguir,
Como Mandamentos, Imperioso À felicidade...!!!!!
Beijos...!!! Abraços...!!! Um Cheiro...HHHUUUMMM...!!!!
William Shakespeare

Inconfesso Desejo

Inconfesso Desejo
Por Carlos Drummond de Andrade

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo

sábado, 14 de janeiro de 2012

Poesia in: Sossega


    Sossega, coração! Não desesperes!
    Talvez um dia, para além dos dias,
    Encontres o que queres porque o queres.
    Então, livre de falsas nostalgias,
    Atingirás a perfeição de seres.

    Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
    Pobre esperença a de existir somente!
    Como quem passa a mão pelo cabelo
    E em si mesmo se sente diferente,
    Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

    Sossega, coração, contudo! Dorme!
    O sossego não quer razão nem causa.
    Quer só a noite plácida e enorme,
    A grande, universal, solente pausa
    Antes que tudo em tudo se transforme.

    Fernando Pessoa, 2-8-1933.

CRÉDITOS