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domingo, 14 de novembro de 2010

Gemidos de arte - Augusto dos Anjos

Esta desilusão que me acabrunha
É mais traidora do que foi Pilatos!...
Por causa disto, eu vivo pelos matos.
Magro, roendo a substância córnea da unha.

Tenho estremecimentos indecisos
E sinto, haurindo o tépido ar sereno,
O mesmo assombro que sentiu Parfeno
Quando arrancou os olhos de Dionisios!

Em giro e em redemoinho em mim caminham
Ríspidas mágoas estranguladoras,
Tais quais, nos fortes fulcros, as tesouras
Brônzeas, também giram e redemoinham.

(...)

Observamos que os poetas sempre quis passar alguma mensagem, seja ela de dor, amor, esperança, vida, morte, aquilo que o homem desconhece.

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